sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Degelo no Hemisfério Norte ameaça população de focas, diz estudo




A reprodução das focas-harpa (Pagophilus groenlandicus) na região do Atlântico Norte está ameaçada devido ao afinamento do gelo sobre o mar, fenômeno provocado pela elevação da temperatura da Terra, aponta novo estudo divulgado nesta quinta-feira (5) e coordenado pela Universidade Duke, nos Estados Unidos.
A investigação científica, publicada na revista PLoS One, afirma que desde 1976 houve redução de 6% do gelo sazonal (que aparece no inverno) sobre o mar em quatro regiões classificadas como zona de reprodução das focas-harpa.
Outro ponto abordado pela pesquisa diz que o desaparecimento de placas de gelo mais estáveis elevou a taxa de mortalidade entre os filhotes nos últimos anos.
“A quantidade de mortes que temos visto no leste do Canadá é dramática”, disse David Johnston, cientista pesquisador do Laboratório de Vida Marinha da Universidade Duke. “Gerações inteiras devem desaparecer (…), basicamente todos os filhotes morrerão”, complementa.
Gelo essencial para reprodução – As focas dependem do gelo estável no mar durante o inverno, pois consideram o local seguro para dar à luz e amamentar os filhotes, até que eles possam nadar e caçar por conta própria. Geralmente, as fêmeas procuram as camadas de gelo mais grossas e firmes, mais no interior da região do Ártico, e se adaptam até o derretimento dessas calotas, com a chegada da primavera.
“Como espécie, as focas estão bem adaptadas para lidar com mudanças naturais do clima. Mas nossa pesquisa sugere que esses animais não estão prontos para absorver efeitos de curto prazo, combinados com alterações climáticas e influências do homem, como a caça e a captura”, afirma Johnston.
Para avaliar os impactos cumulativos dos fatores climáticos sobre a população de focas-harpa, os pesquisadores analisaram imagens de satélite do gelo existente no Golfo de St. Lawrence entre 1992 e 2010 (uma região na costa leste do Canadá onde há reprodução desta espécie) e comparou com relatórios anuais que apontam o surgimento de focas mortas na região.
Essas análises revelaram que a maior mortalidade das crias ocorreu no Atlântico Noroeste, quando a cobertura do gelo foi mais leve e a Oscilação do Atlântico Norte (fenômeno climático que controla a intensidade e direção dos ventos, além das tempestades, sobre a formação do gelo marinho na região) foi mais fraca. “Isso mostra claramente que as populações de focas-harpa oscilam de acordo com as tendências climáticas”, afirma. (Fonte: Globo Natureza)

La Niña pode durar até maio, dizem meteorologistas





O fenômeno climático La Niña, responsável por uma forte seca neste ano na América do Sul e no sudoeste dos Estados Unidos, pode durar mais do que o previsto, talvez até maio, alertou na quinta-feira o Centro de Previsão Climática dos EUA.
“As últimas observações… sugerem que o La Niña será de fraco a moderado neste inverno (boreal), e vai continuar depois disso como um evento fraco, até que deve se dissipar em algum momento entre março e maio”, disse o CPC em seu relatório mensal.
Foi a primeira vez que o CPC cogitou a hipótese de que o La Niña persista até a primavera boreal. Os meteorologistas antes esperavam que o fenômeno, que já causa preocupação nos mercados de grãos, oleaginosas, açúcar e café, persistisse durante o inverno boreal.
No relatório anterior, o CPC (ligado à Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) disse que o La Niña perderia força no começo da primavera.
O fenômeno, que pode durar vários anos, se deve ao aquecimento anormal das águas na região equatorial do oceano Pacífico – é o contrário do famoso El Niño. Ambos causam transtornos climáticos da América Latina à Índia, e talvez também na África.
Uma seca prolongada pode causar problemas para agricultores em vários Estados dos EUA, numa faixa das Carolinas ao Kansas. Oklahoma e Texas já estão com seus solos esgotados devido à seca, e a persistência do La Niña pode significar mais uma safra ruim para o algodão texano.
Mesmo antes da divulgação do alerta do CPC, a previsão da safra argentina de milho para 2011/12 já havia sido revista para baixo por causa do La Niña. Mesmo assim, a Argentina, segunda maior produtora mundial de milho, deve colher uma safra recorde.
Na Malásia, importante exportador de óleo de palma, fortes chuvas de monções causadas pelo La Niña ameaçam prejudicar a colheita dos frutos, elevando a cotação do produto.
As chuvas no período de dezembro a março também constituem uma ameaça para os cafeicultores da Colômbia, maior produtor mundial de cafés de qualidade.
A persistência do La Niña até depois do inverno boreal também fará com que o fenômeno quase coincida com o início da temporada de furacões no Atlântico. Nos últimos dois anos em que houve La Niña, mais tempestades se formaram. (Fonte: Portal iG)